Loucura é ser tão vulnerável ao cheiro da tua colônia trazida pelo vento fraco, ao abre-fecha frenético de tuas pálpebras coloridas, ao franzir macio de teu lábio pintado. Insano é te ter como minha, ainda que alheia a qualquer posse que eu tenho tomado por culpa do vício de doses diárias do teu veneno. Desvairio é ser tão permissivo a você, a essa sua indiferença, a esse meu culto platônico...
às vezes eu me odeio por deixar me influenciar tanto por um reality... mas é exatamente o que o nome diz, uma realidade, nada mais que um retrato (mal tirado) da realidade que o país presencia todos os dias... Quantos Dourados nós vemos por aí? e pior, quantas vezes Dourados ganham de Dicesars? Mas é isso, é bobagem esperar mais que isso do Brasil, e eu só espero que isso só sirva de exemplo pra milhões, e que histórias de aversão como essa seja diminuída cada vez mais... Vai demorar, mas eu espero... Sentado!
Talvez os olhos quisessem dizer outra coisa, mas como ele iria saber?. Sabe como é, não se ensina por aí como ler olhos. Era só uma vaga impressão de que quando a boca dizia ‘não’, os olhos sussurravam questionadores ‘não...?’. Mas como terminar a palavra e fazer possível entender, por mais que o tom de voz não o fornecesse pistas, que ali existe uma hesitação? Uma interrogação que grita eloqüentemente, berra aos ventos: ‘EU SOU UMA DÚVIDA, EU EXISTO’. Parece mínimo, mas é árduo desentortar interrogações, transformá-las em exclamações (!).
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E se não houvesse mais dúvidas? E se tudo o que fosse dito (principalmente pelos olhos) fossem exclamativas efusivas e taxativas? Se fossemos todos tão exclamativos, nada interrogativos, talvez o amor tivesse menos chances, talvez não existisse mais protestos, greves, interesses, conversas iniciadas, dúvidas esclarecidas, conhecimentos adquiridos, amores difundidos... E cada vez menos decisões bem pensadas. Talvez simplesmente não existisse.. Numa existência sem dúvidas, sem questionamentos, uma simples parte do não-existe.
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Talvez as pessoas se preocupassem menos em ler olhos, e o não seria definitivo. Talvez ele acreditasse no não dela, talvez até ela passasse a acreditar no próprio não. Talvez a vida fosse sem graça sem ela, sem a casa no campo e dias preenchidos por nada, só pelo amor selvagem e doce.
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Se não existissem interrogações, talvez ‘não’ fosse o ponto final de histórias magníficas.
Eu não acredito em nada, nem no fim e nem no início
Eu não acredito em nada, nem na terra e nem nas estrelas
Eu não acredito em nada, nem no dia e nem no escuro
Eu não acredito em nada além da batida dos nossos corações
Eu não acredito em nada, 100 sóis até que a gente parta
Eu não acredito em nada, nem em Satanás, e nem em Deus
Eu não acredito em nada, nem na paz e nem na guerra
Eu não acredito em nada além da verdade de quem somos