Oh, perpétuo desconforto
Descabimento do mundo
Que caça o decoro
Como a treva caça a criatura
E traz à alma,
O fel da existência inoportuna
Oh, suprema pseudestesia
Desumana, por fim,
Esse âmago enfadonho
Pleno do mal do mundo
E consciencioso do seu próprio
Oh, imperdoável consumição
Ao propriíssimo, sim
É que a sórdida morbidez
Deve abrir as chagas
Da afronta, da dissimilitude
Oh, evanescente pureza
Leva consigo a desventura
E este ódio dilatado
Que já punge o haver
E tritura a exígua benevolência.
Fernando Franco Filho
Obs.: mais uma de minha coleção de poemas mórbidos
Que talentoso!
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